Sinopse nº 9 - Tempo Eléctrico

A maioria das pessoas desconhece que nós não compreendemos como se criam raios nas nuvens. A resposta mais simples é que não é gerada lá. As nuvens formam só um trilho conveniente para a Terra, da electricidade originada no Espaço. Sem nuvens, seria possível ter “raios azuis”. Isso acontece em Vénus (embora o céu nem seja azul). O sistema meteorológico é movido primariamente por influências eléctricas externas.

Consequentemente, o Sol tem padrões meteorológicos. E o mais distante planeta, Neptuno, tem os ventos mais violentos do sistema solar, ainda que receba muito pouca energia solar. As descargas do Espaço causam enormes “tornados do diabo” (dust devils) e tempestades planetárias de poeira. Também estão na causa da grande mancha vermelha de Júpiter e dos tão famosos anéis de Saturno. É por isso que em Vénus tem raios no seu ambiente nublado (como nuvens) e os picos das montanhas brilham como auroras boreais. Por isso, também, a Terra tem relâmpagos que alcançam o Espaço, na forma de “sprites vermelhos” ou “jactos azuis”, e porque avariam os satélites “rebentando fusíveis”.

Entretanto, ninguém está preparado para considerar o efeito, no sistema climático, da entrada de energia eléctrica do Espaço.

A imagem, à esquerda, é de um artista da NASA imaginando os raios em Vénus, durante a descida das sondas Pionieer. Vénus tem uma atmosfera densa e de espesso “nevoeiro” onde não se esperava que houvesse “trovoadas”, contudo, a superfície sofre de intensas “relâmpagos”. Isto contraria a noção popular sobre o que causa raios.

« Gnomes, sprites e elves estendem-se até ao Espaço sobre poderosas tempestades de trovoada. Os seus nomes curiosos talvez reflictam o facto dos pilotos de avião os terem reportado desde sempre, mas até há pouco tempo, ninguém acreditava neles.

Tudo leva a crer que o vaivém Columbia foi atingido numa asa por uma destas descargas atmosféricas quando ia a mais de 18’000 Km/h. Na reentrada atmosférica, a 1 Fevereiro de 2003, a destruição do vaivém e dos sete tripulantes foi atribuída a negligência e deficiências no revestimento, mas agora esta hipótese ganha nova perspectiva. Um raio atingiria a aeronave originando instantaneamente, pelo menos, 2900ºC e milhares de amperes.

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