quarta-feira, 3 de março de 2010

Sinopse nº 3 - Uma pequena história



As partes do Universo Eléctrico “quadro geral” foram fornecidas por alguns indivíduos notáveis, muitos deles desconhecidos e que viveram ou vivem vidas discretas, longe das universidades. Para quem tem uma boa noção histórica, este facto servirá para aguçar a curiosidade mais do que para a apagar. A maioria das revoluções científicas têm vindo de pessoas que se ensinam a si mesmas, fora do sistema académico e não foram constrangidos pelas falácias e modas do dia. Está bem documentado que as instituições de ciência modernas operam de tal modo que reforçam o conformismo e dificultam investigações e publicações de ideias revolucionárias. J. R. Saul argumenta que a Escolástica medieval foi re-estabelecida durante o século XX. Se assim é, o novo Esclarecimento terá de vir, como antigamente, de fora da academia.



Para mim, a iluminação começou com o controverso poli-matemático e autor de Mundos em Colisão, Immanuel Velikosky. Em 1950, ele demonstrou a interdisciplinaridade, uma técnica comparativa para descobrir sólidas evidências de uma catástrofe planetária gravada nas memórias das primeiras civilizações. O seu método era forense, ele analisava os escritos antigos buscando relatos sobre eventos físicos de natureza pouco usual que sem dúvida, foram corroborados globalmente por culturas totalmente separadas entre si. Então, aplicando conhecimentos científicos de causa e efeito, foi possível construir um modelo detalhado da sequência de eventos. Finalmente, o modelo permitiu prever e confirmar – um requisito de uma boa teoria cientifica. Algumas das previsões que ele fez eram ultrajantes no seu tempo: Vénus seria incandescentemente quente, Júpiter emitiria ruído electromagnético (rádio), as rochas da Lua, estariam magnetizadas, e assim por diante. Velikosky estava certo, os astrónomos da época estavam errados. Contudo, não encontrarão qualquer livro que lhe dê crédito, porque a sua teoria foi julgada ser errada. Presumivelmente, foi mera adivinhação!

Tornou-se claro, para Velikosky, que o conceito de gravidade de Newton era insuficiente para explicar o observado comportamento dos planetas. E, certamente não poderia responder à questão óbvia, “porque estavam os céus tão pacíficos agora?”. Isto permitiu uma resposta dogmática da academia às descobertas de Velikosky. Foi lhe dito que a sua teoria não obedecia às leis de Newton. Mas que sabia Newton sobre a electricidade? E se alguém acredita que as leis de Newton garantem um sistema planetário estável – que pense novamente! Qualquer sistema gravitacional com mais do que dois corpos orbitando é instável. Porém, a questão raramente é posta, deixado sozinho para encontrar respostas
“o que produz a estabilidade do sistema solar?” Velikosky estava convencido que a pista da sua descoberta estaria no facto das forças eléctricas dominarem a incrivelmente fraca força da gravidade, aquando destes encontros imediatos entre planetas. Apesar de não poder explicar no seu tempo como isso poderia criar a estabilidade observada no sistema solar, com a sua misteriosa e incauta presciência, ele tinha apontado o caminho para o Universo Eléctrico.


Desde então, os académicos cépticos têm mostrado como estava errado a perspectiva histórica de Velikosky sobre os eventos cataclismicos. Contudo, a sua premissa de base sobre o encontro entre planetas foi confirmada e os detalhes verificados até um grau extraordinário. Alguns investigadores pioneiros nesta nova área estão de acordo que tais encontros de planetas tenha inspirado temor durante a pré-história. Para a maioria das antigas civilizações eles eram uma memória cultural bem definida. Eles foram a inspiração para as pirâmides, construções megalíticas, estátuas, totens e figuras sagradas em pedra. Os sobreviventes aos eventos dos céus devem ter sentido como imperativo que a memória fosse preservada e passada religiosamente às gerações futuras, na expectativa que os “deuses” regressariam. A memorização encarnada na forma de arquitectura, rituais e histórias religa-se com o poder apocalíptico dos Deus dos planetas sobre o destino humano. Talvez isso explique, porque a civilização apareceu subitamente, do nada. Infelizmente, esse tipo acontecimento não tem referências nos nossos dias, as histórias perderam o seu real sentido. Esta pequena explicação poderá soar artificial até melhores evidências serem apresentadas. Contudo, destaca uma distinção crucial entre uma catástrofe planetária típica do Universo Eléctrico e aquela que os neo-catastrofistas tentar explicar, recorrendo aos cometas. Os modernos cometas simplificam, mas não encaixam nas descrições do passado, nem na abundante evidência de recentes crateras e cicatrizes em planetas. Além disso, num Universo Eléctrico, os cometas não são uma ameaça apocalíptica para a Terra, como ilustrada imaginativamente por artistas. Essas imagens são inteiramente fantasiosas porque um cometa seria destruído electricamente por um raio cósmico antes de atingir a Terra. A única evidencia visível que restaria, seria um arco eléctrico como a Meteor Crater no Arizona.


O modelo do Universo Eléctrico cresceu da realização que a nova cosmologia do plasma e da compreensão dos fenómenos eléctricos no Espaço poderiam iluminar o novo trabalho que está a ser levado a cabo na Mitologia Comparativa. Regressando às imagens de eventos testemunhados nos céus pré-históricos e na sua sequência, poderá ajudar a desvendar a recente história da Terra, Marte e Vénus. Aceitando um conjunto de informações mais amplo de conhecimentos e experiência humana do que a cosmologia convencional, o modelo de Universo Eléctrico começa a disponibilizar respostas pragmáticas e de senso comum para muitas questões, aparentemente sem nexo. Entretanto, Hannes Alfvén, cosmólogo e físico do Plasma, foi premiado com o Nobel, por trabalhar para trás no Tempo, baseado em observações, ao invés de andar para a frente, a partir de idealizações teóricas.