quarta-feira, 3 de março de 2010

Sinopse nº 1 - Introdução


“A coisa mais benigna no mundo… é a inabilidade da Mente humana para correlacionar todos os conteúdos… As ciências, cada uma puxa na sua própria direcção, até agora tem-nos prejudicado pouco; mas algum dia, a unificação dos fragmentos de conhecimento dissociado revelará uma visão assustadora sobre a realidade… que ou nos fará enlouquecer pela revelação ou fugir da mortal iluminação da paz e segurança da nova idade das trevas” – H. P. Lovecraft

No amplo quadro de investigação interdisciplinar, a própria comunicação pode colocar bastantes desafios. Tipicamente, a maior das dificuldades na comunicação ocorrerá quando alguém questiona alguma coisa já tida como verdade. Em questões básicas e de princípio, a confiança por detrás das ideias estabelecidas pode ser tão elevada que se pode perder o nexo à própria discussão. Esta dificuldade é agravada pela fragmentação do processo de reunião e avaliação da informação. A especialização intelectual, nas carreiras de investigação, trás certos riscos quando assumpções dentro de uma área se sobrepõem a anteriores assumpções de outras áreas. Ninguém pode ser perito em tudo, quando se consideram hipótese fora da nossa área de especialização, é muito natural surgirem divergências sobre o que especialistas nessas áreas julgam saber. Mas quais são as consequências disto quando as suposições teóricas, ainda que percepcionadas como factos, não contam com as evidências de novas áreas do conhecimento?

Dada a extrema fragmentação da actual ciência institucionalizada, é difícil imaginar que o empreendimento como um todo possa alguma vez “correlacionar todos os seus conteúdos”. Embora extraordinário, o caminhar para “esse dia” perspectivado por Lovecraft pode agora ser possível através de uma nova abordagem – uma em que o fenómeno eléctrico receba toda a atenção que merece, abrangendo todas as áreas. Para alguns, a prospectiva poderá ser perturbadora como Lovecraft imaginou. Mas para aqueles que instintivamente buscam princípios unificadores, os novos horizontes serão de súbito prometedores, arrebatadores e cheios de esperança.

Esta introdução revelará uma profunda e nova visão sobre o universo físico, das partículas sub-atómicas aos desconhecidos reinos galácticos descobertos antes do telescópio Hubble. O Universo Eléctrico é a resposta holística à miopia* - consequência natural do estreitamente da visão a que leva a fragmentação do conhecimento e aprendizagem. Para aqueles com a coragem de ver claramente, o “desaprender” das ideias na moda não tem qualquer custo real. O terror perspectivado por Lovecraft é apenas no primeiro impacto, quando as ideias estabelecidas são destronadas por factos e simples raciocínios, anteriormente ignorados. A associação de conhecimento disperso apenas necessita de se confrontar com as profundas contradições em coisas que os peritos julgam saber há muito. Com a coragem de ver claramente, a própria aventura poderá bem ser “a coisa mais benigna no mundo”, adicionando novas reflexões sobre o drama da jovem história humana e sobre a situação da humanidade no cosmos. Lovecraft não compreendeu que a “visão assustadora sobre a realidade” é apenas uma miragem vista através de uma porta aberta. A Verdade é sempre unificada e como tal só pode ser amiga daqueles que buscam a verdade, primeiro que tudo. Á medida que atravessamos a porta, não o medo que alastra dentro nós, mas assombramento da descoberta.

- Wal Thornhill / David Talbott

*Miopia – uma desinclinação para tomar conhecimento de alguma coisa.